Pássaro – Francisco Graciano – Escultura Em Madeira – Assinada

Francisco Graciano Cardoso (1965) é um dos mais renomados artistas brasileiros. Sua trajetória foi marcada por inúmeros desafios. Após perder a mãe ainda criança, ele partiu sozinho de Juazeiro do Norte (CE), escondido em um caminhão, rumo a Brejo Santo (CE). Nesse período, precisou trabalhar em fazendas locais em troca de moradia e comida. Com o passar dos anos, a rotina árdua no roçado e na pedreira garantiu o seu sustento.

Buscando melhores oportunidades, inspirou-se na história de seu pai, o grande Mestre Manoel Graciano (1927–2014). Com alguns pedaços de madeira, esculpiu um casal de figuras e pediu que essas peças fossem levadas ao Centro de Cultura Mestre Noza, onde foram compradas pela diretora do local, que o encorajou a continuar no ofício. Na época, Manoel já era um escultor reconhecido e os dois chegaram a trabalhar juntos, embora não tivessem muita proximidade.

Francisco Graciano cria suas obras a partir da organicidade da madeira, enfatizando as formas com cores vibrantes e texturas pontilhadas que referenciam o legado paterno. Nos últimos anos, ele também tem se dedicado à pintura em tela, retratando o mesmo universo temático de suas esculturas.

Conhecido na região como Mozinho dos Bonecos, ele diz ter nascido com uma força imaginativa, como se escutasse vozes à beira do ouvido. Em silêncio na mata com seus cachorros, sua inspiração é renovada. Francisco Graciano é um artista que sonha seus próprios seres e cuja maestria reside em voltar seu olhar inventivo contra as adversidades, preservando a liberdade que sempre lhe foi intrínseca.

Entre as diversas exposições das quais participou, destacam-se a individual “Francisco Graciano: Arte e Vida” (2017), realizada no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular; e as coletivas “Teimosia da Imaginação” (2012), no Instituto Tomie Ohtake, com curadoria de Germana Monte-Mór; a mostra no Carrossel do Louvre, em Paris (2023), promovida pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture; além de “Arte dos Mestres”, apresentada na SP-Arte Rotas Brasileiras (2023) pela Artesol.