Conjunto de esculturas em barro, assinadas pela artista Maria Tereza, de Campo Alegre (MG), no Vale do Jequitinhonha. Contêm furo para parede.
Medidas aproximadas de cada peça:
13 x 13 x 1,5 cm (A x L x P)
R$ 365
10x de R$ 36,50 sem juros
ou R$ 328,50 no Pix
Conjunto de esculturas em barro, assinadas pela artista Maria Tereza, de Campo Alegre (MG), no Vale do Jequitinhonha. Contêm furo para parede.
Medidas aproximadas de cada peça:
13 x 13 x 1,5 cm (A x L x P)
Disponível
Maria Tereza Gomes Lima Cordeiro (1978) é filha de Pedra Gomes Barbosa, renomada Mestra do Vale do Jequitinhonha. Ela cresceu na zona rural de Turmalina (MG), em Campo Alegre, e teve que trabalhar desde criança, cuidando dos irmãos e das tarefas domésticas para que sua mãe e irmã pudessem se dedicar ao artesanato. Aos 12 anos, Maria Tereza começou a modelar no barro, alternando entre os momentos em que precisava ajudar na lavoura.
Em 2003, mudou-se para Belo Horizonte em busca de outras oportunidades e encontrou trabalho como empregada doméstica. Em pouco tempo, sentiu saudades de casa e decidiu retornar, retomando sua relação com a cerâmica. No entanto, as vendas não eram suficientes e ela se sentia desanimada. Os anos se passaram, Tereza casou-se e trabalhou como recepcionista em um hotel, mas a sua alma de artista permanecia inquieta.
Com coragem e persistência, ela decidiu dedicar-se completamente à sua produção artística e, aos poucos, começou a colher os frutos do seu trabalho. Suas bonecas e flores de barro tornaram-se muito populares, assim como suas peças utilitárias. Hoje, é a arte que sustenta sua família. Maria Tereza tem muito orgulho da sua história e sente admiração pelas obras que cria. Sua trajetória é similar à de muitas artesãs do Vale do Jequitinhonha, que carregam consigo saberes e práticas que foram passados de geração em geração, transformando realidades.
VALE DO JEQUITINHONHA
Localizado no nordeste de Minas Gerais, o Vale do Jequitinhonha sempre enfrentou desafios socioeconômicos. Ao longo de sua história, as comunidades locais conseguiram superar a escassez de recursos com criatividade e um empenho incansável. A tradicional cerâmica produzida nessa região se caracteriza pela riqueza de detalhes e pela paleta de cores terrosas, obtidas artesanalmente a partir do próprio barro.
No sertão mineiro, as mulheres têm um papel central nessa produção artística e carregam memórias de um passado não tão distante. Durante os longos períodos de seca que atingiam a região, muitos homens se viam obrigados a migrar em busca de trabalho, deixando suas esposas sozinhas e responsáveis pelo sustento da casa. Por isso, elas passaram a ser conhecidas como “viúvas de maridos vivos”. Nesse contexto, o artesanato teve um impacto transformador, trazendo mudanças significativas para muitas famílias. Até hoje, é comum encontrar na cerâmica do Jequitinhonha representações de bonecas e noivas, simbolizando a notável força dessas artesãs.
Devido à sua importância histórica e artística, em 2018, a arte do Vale do Jequitinhonha foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural de Minas Gerais, celebrando as grandes mestras do barro que, diariamente, inspiram as novas gerações.
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